sexta-feira, 5 de março de 2010

A fuga das palavras I

Logo no principio quando o ser humano descobriu o mundo das palavras, perceberam que poderiam ter acesso livre a ele, e que juntos os dois mundos teriam uma grande afinidade. Os seres humanos ficaram abismados com os poderes que as palavras tinham e da forma como elas poderiam lhes serem uteis. Já as palavras, ficaram contentíssimas por saber que a partir daquele encontro elas teriam uma importância como nunca outrora tiveram desde quando foram criadas.

Estonteantes de alegria, as palavras e os diversos seres humanos, foram pouco a pouco se juntando, formando o que hoje nós entendemos ser as frases, e os diálogos.

Na época quando as palavras conheceram os homens e as mulheres, eles eram bons companheiros. As palavras só saiam da boca das pessoas se fosse para dizer a verdade, ou então, elas só eram escritas para transmitir amor e cuidado. Havia momentos em que as palavras nem faziam tanta questão de aparecer, pelo simples fato de não serem suficientemente tão poderosas (como pensavam os humanos) perante alguns sentimentos de homens e mulheres. Sensíveis, as palavras sabiam exatamente o momento correto de aparecer e desaparecer.

Este era um acordo cordial entre as palavras e os seres humanos. As palavras estavam felizes. Os humanos também.

Mas isso faz muito, muito, muito tempo.

bem assim