terça-feira, 1 de dezembro de 2009

É brincadeira


Pela madrugada as crianças brincam de esconde-esconde, de pega-pega
Pela madrugada as crianças brincam de policia e ladrão
Pela madrugada muitas crianças brincam de casinha ali mesmo na rua
Fazem do chão suas camas, da calçada o sofá, do pedaço de papelão o tapete
E do semáforo seu picadeiro.



domingo, 29 de novembro de 2009

Parafusos




Acordei cedo, e vi uma longa estrada, que tinha flores e parafusos (Parafusos?).
Eu passeava por um lugar extremamente belo, mas contraditoriamente, refletia um ar assombroso e frio. Achei interessante. Comecei a caminhar, e percebi nesta estrada, que as flores que emanavam ao longo do caminho desapareciam, e no lugar das flrores (agora desaparecidas) surgiam, como que interrompendo o caminho delas, os tais parafusos.
Achei tudo isso enigmático e fabuloso, e continuei percorrendo, sem questionar o estranho pensamento que me vinha, de que as singelezas nem sempre são só suavez, mas as vezes elas também admitem um "quê" de hostilidade.
Sim, são hostis! Pensei. Hostis como os parafusos que brotaram nos lugar das flores que de multi-cor, passaram a ser acromáticos, de leves rígidos, de perfumadas, sem cheiro algum. Porém, sendo como parafuso-flores sobrepõe a arte de enfeitar e alegrar lugares (função desempenhada facilmente pelas flores).

Vi uma longa estrada por onde passavam as paixões.I
ntrusas
e delirante por natureza são, assim como os parafusos que são como flores nos meus sonhos.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Pensamento paralisado



Roubo você de algum lugar
Quando te resgato, [in] consciente
Às lembranças sutis de minha mente

Te esquecer
Só pela embriaguez
(mesmo sabendo que embriaguez é sofrer)

Os ponteiros do relógio se escondem de mim
Daí,
Vivo intensamente entorpecida pelos cansaços
No duelo lembrar-esquecer, lembrar-esquecer
do inicio ao fim

Quando penso em você
Para me libertar e me prender
Sinto o cheiro da voz, do olhar, da paixão
Do som do violão, que de tristeza, vira chorinho
Perde os versos, e me deixa em vão


Me diz, se isso é tristeza
Ou se
É minha vida cheia de saudades?




segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Coro em cores



Foto de Sebastião Salgado


Tire-me da cidade
Mas não do campo.
Tire-me dos cinzas!


Tire-me dos ares refrescantes
Mas não da minha terra quente e sólida.
Rasguem os azuis pálidos e passivos dos céus...


Deixe-me
Colorir o mundo de vermelho
E então serei mais poesia do que sangue.



quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sobre as palavras


Andei perdendo palavras por aí. Talvez por falar em excesso elas me faltem agora. As que saíram aos gritos duvido que voltem. Escaparam e deixaram vítimas durante a fuga. Uma pena. Mas em esforço de guerra dizem que perdas são justificáveis. Nunca acreditei muito nisso. Andei perdendo palavras por aí. Talvez por ficar em silêncio elas me sobrem agora. E por serem excesso ocuparam o espaço antes reservado ao agrupamento ordenado delas. O crescimento desordenado de palavras é mais perigoso. Jamais pensei na possibilidade de um motim de palavras. Andei perdendo palavras por aí. Das soltas e guardadas. Algumas entraram por um ouvido e saíram pelo outro. Outras entupiram narinas e muitas desceram pelos olhos. Ainda ontem me olhei no espelho e vi que engordei. Ando comendo palavras saturadas. Um perigo. Preciso perder peso, perder palavras para reencontrá-las. (Parece comigo, parecem minhas palavras)



Por Sérgio Fonseca

domingo, 2 de agosto de 2009

Viés

Um verbo a conjugar: Eu não quero você!

Me explicava que verbos podem designar ação, estado ou fenômeno da natureza. Eu que inistia em não saber. Queria permanecer assim: inculta e analfabeta das paixões volúpias.
Certa vez empreguei erradamente o meu adeus, soou como se fosse até logo (se bem que era mesmo) e assim trangredi o vocabulário que me era tão claro e simples, dizendo o que estava em minha pele e não em minha mente.

Então desconfioou. E então me sorriu sutilmente como se entedesse a cena por completo. A cena teatral de uma peça onde se sabia a voz e o sentimento de todos as personagens.
Podia ser?
Pela manhã eu não duvidei.


quarta-feira, 8 de julho de 2009

Assim como o vento


O vento vem
E leva a poeira
A fome vem
E leva o homem


sexta-feira, 26 de junho de 2009

O vento e a Poeira




O vento corre invisivel.
A poeira é vista parada.
O vento levanta a poeira.
A poeira mostra as curvas do vento.

O vento e a poeira
Espalhando juntos os versos
De uma amizade verdadeira.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ao Eterno

Tudo o que eu quero
É te conhecer
Conhecer o te amor
E as tuas maravilhas.

O meu desejo
É estar em tua presença,
É onde me sinto nova pessoa.

Tu és tudo o que eu quero
E bem mais do que pensei em ter dentro de mim
És Deus do universo
E mesmo assim
Me ajuda a caminhar todos os dias


terça-feira, 23 de junho de 2009

Eu que prefiro o mistério




Eu que prefiro o mistério

Não dou a minima para palavras bem pronunciadas
Prefiro os suspiros minuciosos e incompletos
E as ideias e os sentimentos indizíveis aos montes!

Eu que prefiro o mistério

Prefiro um olhar cheio de sugestões
Em vez de um olhar explícito...
Um sorriso sutil e o calor da paz

Eu que prefiro o mistério

Não busco logo o inteiro
Busco primeiro as pequenas partes fantásticas
Dos perfis implícitos.

Eu que prefiro o mistério

Ando por labirintos, colhendo todo o sentimento
Trafego, sem dar a mínima para as conclusões
Porque preferindo o mistério
Gosto mesmo é das reticências


Descasque



A alegria e a dor,
Todos os tons belos,
Os silêncios
E os medos.

O sussurrar e o cantar;
O canto mais belo.
Deletérios, sorrisos, embalos
E os capriches.

Escute !
Os gritos que se perdem,
e colha a canção mais inusitada.

Descasque,
Saia da bolha, corra pra fora.
E veja:
Os insanos, os doces, os sóbrios,
As suavidades agressivas.
São todos um só.

Um só?

É. Um só.
E estão todos aí dentro.

Onde?

Descasque-se e veja!

Formato




Sem opinão
Caminha por aí
Sem construnção.

Ouve gritos;
Uma falsa hisória:
A trangressão.

Torna-se mudo
Adota gritos calados
E mãos algemadas.

Aceita poesia sem encanto,
Coral de pranto
Vida, à revelia

Formato (do bicho acomado)
Do ser alienado.

Espaço





Há um espaço entre
Os ricos e os pobres
Entre a humildade e a vaidade
O bom senso e a loucura
O céu e a terra
O amante platônico e seu amado
A politica e a verdade

Entre a humanidade e a elite capitalista
Entre o discurso e a prática

Há tanto espaço

Entre o nosso abraço
Tanto
Que só sinto os braços,
E o que era para existir entre eles
Se perdeu, se escafedeu
Em algum lugar de onde vagamos
Que de tão vago

Foi para o espaço.

Não sei mesmo

Inspirado em "Não sei quantas almas" eu tenho de Fernando Pessoa





Quantas almas eu tenho
Quantas vezes mudei
Quantas vezes me estranho
Quando foi que realmente me vi e achei
Se me estranho, não me espanto mais
Se me mudo, vi o que não tinha
Quanto tenho?
Perdi a conta.
Sei que não vou me acabar
Tentando me encontrar
Com os seres que criaram
Que se perderam por aí,
Os quais não se devem mais questionar.
Ou voltar atrás.
O que surge é do que nasce e não meu
Uma sombra.
Foi uma criação.
De quem?
Não sei mesmo

Expressões




Peles enrugadas
Olhares sofridos
Corpos garridos
Gritos estridentes
Um quadro carente
Voz rouca
Esperança pouca
Corações endurecidos.

Expressões vagas de um mundo embrutecido?

Medo, durma!


Para não mais acordar
Para não mais me incomodar
Vague isoladamente no mundo de Morfeu
Agora que te evitei,
Você não é mais meu


A Chuva



A chuva molha o chão
as pessoas
os olhos
a calçada
as folhas
todas as árvores
irriga o coração
e encharca de verssos o dia.

Rima forçada



Norma que serve para deixar tudo formalizado

Desligando a conexão com o pensamento avoado

Ritmo, estrofe, rima

Palavra sem estima

Letra arranjada

Idéia calada

Seguindo a risca

As regras de uma poesia arisca

Traçando uma estética

Correndo atrás da métrica

Eis como exemplo este texto acuado

Resultado: algo desvairado.

Rima forçada,

Leitura enjoada!

Crepúsculo, um poeminha brega

Para Mateus que não voltou



Quadro de Van Gogh que tu tanto gosta.


Antes do anoitecer
Antes da luz do sol se desvanescer:
O crepúsculo
Luminosidade adivinda da estrela maior
Luz que teima em se apagar
Produz cores psicodélicas no ar

Embelezado serenamete pela brisa do mar
Parece que o vento que te ensinou a andar
De tão sereno e inusitado
Que é este leve perigrinar atrás de um sorriso sonhado
Alimentando a ternura, com risada sem algazarra e sem graça
Algo natural
Como uma conversa alegre e ambigua naquela praça

A noite chegou, mas o sol, teu amigo
Disse que amanha retornaria pra você:
A cena enigmática do inicio da noite,
Da luz que insite em flamejar
Não se apaga para sempre
Volta no outro dia. Com nova beleza.
Então, apareça amanhã novamente
Irradiando com teu ser, os demais seres.


sábado, 20 de junho de 2009

A falta


A falta
Arde como pimenta
Abriga a tormenta
Aumenta com o tempo
Alia-se a dor
Atributo sem cor
[...]

bem assim